ÉVORA
Coroada pela sua imponente catedral, Évora recorta-se sobre uma suave colina no vasto horizonte da planície alentejana, e guarda o seu centro histórico, rodeado de uma vasta cintura de muralhas, uma valiosa herança cultural que a UNESCO classificou de Património da Humanidade. A cidade, onde as ruas estreitas de evocação mourisca contrastam com praças inundadas de luz, assenta sobre dois milénios de história.
Conquistada em 59 a.C. pelos Romanos, que lhe deram o nome de "Liberalitas Julia", Évora adquiriu grande importância como atestam os vestígios ainda hoje visíveis e de que são exemplos as ruínas de um gracioso templo dos finais do séc. II, vários troços de muralha e a porta chamada de Dona Isabel, bem como as ruínas das termas da cidade sob o edifício da Câmara Municipal.
Do período visigodo (sécs.V-VIII) pouco resta para ver. Seguiu-se o domínio muçulmano, iniciado com a conquista da cidade por Tárique, que iria perdurar até à Reconquista cristã, no séc.XII. Yeborah, como passou a chamar-se, fixou na sua toponímia traços indeléveis de influência mourisca, que sobressaem no bairro da Mouraria.
Após a Reconquista, delineou-se, para além da cerca velha, nova malha urbana irradiando das portas da muralha. A cidade, eleita por vários reis de Portugal da primeira e segunda dinastias para sede da corte, foi então enriquecida com palácios e monumentos, sobretudo nos reinados de D. João II e D. Manuel (sécs. XV e XVI).
Caminhe a seu gosto pelas ruas, absorvendo a alma secreta que a diversidade de culturas seculares sedimentou nesta cidade do Mundo. Excelentes restaurantes, bares, esplanadas, boas lojas de arte popular, gente jovem que frequenta a sua Universidade são a expressão da dinâmica de um presente que se afirma nas raízes do passado.
ALDEIA DA NOSSA SENHORA DE GUADALUPE
Nossa Senhora de Guadalupe é uma localidade portuguesa do concelho de Évora. Esta freguesia foi criada em 1985, desmembrando-se da freguesia vizinha de Nossa Senhora da Graça do Divor no território que havia constituído a antiga freguesia de São Matias.
Foi sede de uma freguesia extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, para, em conjunto com Nossa Senhora da Tourega, formar uma nova freguesia denominada União das Freguesias de Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe com a sede em Nossa Senhora da Tourega.
MENIR DOS ALMENDRES
O Menir dos Almendres localiza-se na freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, no concelho de Évora, Distrito de Évora, em Portugal.
Constitui-se num menir de granito porfiroide de grandes dimensões, com cerca de 3,5 metros de altura a partir da superfície do solo, com secção elíptica de 1,20 x 0,80 metros. Está implantado no topo da encosta, 1,3 km a nordeste do Cromeleque dos Almendres, apresentando-se isolado deste, embora se suponha haver íntima relação, entre ambos, uma vez que o seu alinhamento coincide com o nascer do sol no Solstício de Verão.
O menir foi reerguido pelo seu proprietário, embora se suponha que a sua localização original esteja perto da actual. Uma vez que está implantado em propriedade privada, o menir encontra-se rodeado por uma vedação circular de estacas de madeira e arame.
CROMELEQUE DOS ALMENDRES
O cromeleque foi descoberto em 1964, pelo investigador Henrique Leonor Pina, quando se procedia ao levantamento da Carta Geológica de Portugal. Todo o sítio arqueológico abrange uma extensa faixa cronológica, desde o Neolítico Médio até à Idade do Ferro, entre finais do sexto e inícios do terceiro milénios antes de Cristo, compondo-se de um cromeleque de planta circular irregular, composto por cerca de noventa e cinco monólitos graníticos dispostos em pequenos agrupamentos numa área de cerca de 70 x 40 m, com uma orientação noroeste-sudeste. Ostenta no seu terço superior uma decoração composta por um báculo e uma faixa de linhas onduladas.
O sítio constitui-se como o conjunto de menires estruturados da Península Ibérica, e um dos mais relevantes do megalitismo europeu. Desde 1974 que o cromeleque e o menir são património protegido por lei, inicialmente como Imóvel de Interesse Público (IIP). Em 2015, o Cromeleque dos Almendres foi reclassificado como Monumento Nacional, mantendo o menir a classificação como IIP.
ANTA GRANDE DO ZAMBUJEIRO
Anta Grande do Zambujeiro é um monumento megalítico de tipo dólmen próximo de Valverde, Évora, Alentejo, Portugal, um dos maiores que existem na Península Ibérica.
Foi construído entre 4.000 e 3.500 antes de Cristo. Consiste numa única câmara, utilizada durante o neolítico como um local de enterro e possíveis cultos religiosos. A câmara em forma poligonal é feita de sete enormes pedras de 8 metros de altura. Originalmente eram cobertas por uma pedra com 7 metros de largura. Um corredor com 12 metros de comprimento, 1,5 metros de largura e 2 de altura conduz até a câmara. A entrada estava assinalada por um enorme menir decorado, atualmente tombado.
Umas grandes quantidades de achados arqueológicos encontrados durante as escavações encontram-se no Museu de Évora. A Anta Grande do Zambujeiro foi declarada património de interesse Nacional em 1971 pelo decreto lei 516/71, de 22 de Novembro.
Este monumento ilustra a capacidade técnica e a complexidade da organização social das populações neolíticas que o construíram.
Em 2019, o monumento megalítico encontra-se num estado bastante preocupante e em risco de colapso de toda a sua estrutura. As pedras verticais que compõem o monumento, sobretudo as do corredor, estão praticamente à vista quase até à base, o que faz com que esteja em situação progressivamente periclitante de colapso.